A adoção irresponsável pode afetar negativamente a vida de um cachorro e abalar a convivência entre a família e o pet.
Adotar um animal exige grandes responsabilidades que vão muito além de pôr a ração no comedouro. Nenhum tutor está 100% preparado para todas as dificuldades que podem surgir no dia a dia.
Contudo, se preparar para lidar com futuros problemas e obrigações sem deixar afetar a vida do pet é uma iniciativa importante.
Primeiramente, nenhum cachorro deve ser adotado sem uma boa motivação. Adotar porque se sentiu sozinho em um final de semana, por exemplo, não é o suficiente.
Reflita: Você quer e pode cuidar de um cachorro nos próximos 12 anos – ou mais?
O propósito de ter diariamente ao seu lado um companheiro canino para cuidar, brincar e dar carinho – estando ciente de todas as obrigações – é um bom motivo. Contudo, se há dúvidas, é melhor não adotar.
Dica: na hora da adoção, é comum escolher o cachorro pela aparência. Porém, ele cresce e as características mudam. O mais importante – e ignorado muitas vezes – é saber sobre a personalidade e histórico de vida dele.
Muitos cães em abrigos já foram abandonados e maltratados. Fator que contribui, sobretudo, para o desenvolvimento de traumas. E as famílias os devolvem por não entenderem o motivo de eles estarem ariscos, introspectivos ou ansiosos.
Para que haja harmonia e boa comunicação entre o tutor e seu cão, é necessário cumprir certas responsabilidades, independentemente do estilo de vida.
Castração
Alguns tutores têm medo da castração em seus totós. Ao contrário do que imaginam, castrar é um procedimento cirúrgico simples e traz benefícios para a saúde do animal. Além de impedir que ele procrie, o método melhora a qualidade de vida do cão:
- previne contra o câncer de próstata no macho, e nas mamas e útero da fêmea;
- diminui demarcação de território pela casa;
- encerra o cio da cadela;
- há menor incidência de fugas;
- diminui a proliferação de doenças zoonoses;
- têm menos acidentes nas ruas;
- maior controle populacional de animais abandonados.
Alimentação adequada
A alimentação é essencial para o desenvolvimento do animal. O médico veterinário costuma indicar a ração ideal de acordo com a idade, porte e nutrientes que o pet precisa.
Um cachorro na fase sênior, por exemplo, não pode comer a mesma ração de quando era filhote, porque necessita de outros nutrientes.
Outro fator expressivo é não deixar a ração disponível o dia todo. Ela deve ser fracionada durante o dia para evitar que o cão desenvolva obesidade, além da proliferação de fungos e bactérias.
É normal o cão não saber onde deve fazer xixi ou que não pode destruir objetos do tutor
Quando um cão entra em uma casa tudo é desconhecido. Ele precisa que o tutor eduque por um determinado período qual é o lugar certo para ele fazer suas necessidades ou que não pode morder os chinelos da família.
Nenhuma técnica de ensino é efetiva quando envolve punição ou briga. Ao contrário. Deixa o cão mais acuado e é considerado maus-tratos. Se ele apresentar dificuldade, a ajuda de um adestrador pode ser bem-vinda.
Cuidar da saúde é essencial
Todo tutor deve cuidar da saúde e qualidade de vida do animal. A vacinação, por exemplo, os imuniza de diversas doenças fatais, como a raiva. Além disso, o check-up anual pode prevenir ou até mesmo tratar precocemente o surgimento de enfermidades.
Seja por predisposição da raça ou velhice, é comum os cães ficarem doentes. Mas negar assistência médica para um pet doente também é considerado maus-tratos.
Disponibilizar tempo para cuidar, brincar e passear
Nenhum animal gosta de ficar entediado. Eles têm energia acumulada e precisam praticar atividades para gastar. Então, um pet ocioso tende a desenvolver comportamentos indesejados, como estresse e agressividade.
Os passeios aliviam a ansiedade e permitem que o animal socialize com outros bichos e humanos. Em casa, a introdução do enriquecimento ambiental também é necessária.
São atividades e brinquedos que estimulam o lado cognitivo, como paladar, olfato, visão, audição, além de promover desafios na rotina do pet.
Adoção responsável
Quem adota com responsabilidade, consegue enxergar o animal com empatia e não cogita abandoná-lo como um objeto descartável.
Há 20 milhões de cães nas ruas em todo o Brasil. Muitos foram abandonados por tutores irresponsáveis. Outros nasceram através de ninhadas desenfreadas por cães não castrados.
A conscientização e a castração são grandes aliadas para erradicar o sofrimento de muitos animais. Por fim, precisamos de pessoas mais responsáveis para proporcionar um futuro melhor a todos os cães.
Crédito /Capa: alvarogonzales / Envato Elements