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Cão doente ou deficiente não é motivo para abandono

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Tempo de leitura: 4 minutos

Enquanto muitos tutores se desesperam quando seu cão fica doente, outros optam pelo abandono. Há diversas doenças que acometem um cão, desde uma gripe, até casos mais sérios como um tumor.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), há 20 milhões de cães abandonados. Abandonar um cão doente ou com qualquer deficiência física é ainda mais cruel.

Independentemente da situação, é esperado que um tutor cumpra com a sua obrigação e forneça todo o suporte e assistência para o cão. Lembrando que deficiência física não é doença, mas algumas limitações são causadas por elas ou pela genética.

Infelizmente há tutores que não estão preparados para passar qualquer tipo de situação com o pet que escolheu, mas outros se motivam em contornar a situação e ajudar a vida do cão, apesar dos obstáculos.

Arquivo pessoal – Cristiane Santos Barros

Este foi o caso da Border Collie, Neve e sua adestradora, Cristiane Santos Barros, CEO da Lassie Adestramento. Apesar de todas as dificuldades que ela passava na época, Cris não cogitou abandonar a Neve, que hoje é adestrada, saudável e feliz.

A descoberta de tudo 

“A Neve nasceu em uma criação que eu tive em minha casa, mas fiquei desconfiada pois era um filhote branco. Uma amiga veterinária tinha comentado que ela poderia ser surda.

Arquivo pessoal – Cristiane Santos Barros

Conforme ia crescendo, eu observava que ela chorava muito e quando a chamávamos ela não vinha. Quando a Neve tinha uns 90 dias de vida, resolvi fazer alguns testes. Iniciei com o clicker, alguns sons de brinquedos, e sempre eu ficava em dúvida.

Até que um dia ela estava dormindo e eu fui até a cozinha. Peguei duas formas de bolos, coloquei em uma altura bem acima para não ter vibrações e bati três vezes. A Neve não acordou, realmente ela é surda.

Chorei muito e não me conformava. Perguntei para Deus: “Por que o senhor me deu um cachorro surdo? O que eu vou fazer agora?”. Eu tinha sete cães na época e vivia um relacionamento abusivo. Ele não aceitou a ideia de ter mais um cachorro, ainda mais surdo e pediu para eu doar a minha filhote. Eu não aceitei, e assim, foram momentos de muitas brigas por causa dela”.

Adestramento e dificuldades

Iniciei o trabalho de adestramento da Neve aos 3 meses de idade e ela respondia muito bem. Contudo, eu tinha dúvidas em relação aos gestos para ensinar a comunicação. Assim, fui aprendendo com ela. A Neve tinha problemas de comportamento por causa da surdez, era muito reativa a todas as pessoas e cães.

Consegui trabalhar esse comportamento com muita socialização e creche para cães. Quando a Neve tinha 6 meses, resolvi treiná-la para um esporte chamado Agility. Foi o nosso desafio, pois não foi fácil no início. O Agility é um esporte que precisa usar um tom de voz firme e alto, mas conseguimos treiná-la.

Arquivo pessoal – Cristiane Santos Barros

Novos desafios

Daí então, os desafios foram aparecendo. Ensinar os truques, ensinar a dança. Tudo através de gestos e treinos positivos. A Neve é uma cadela que aprende muito rápido, quem vê ela não diz que é surda.

Cães que têm problemas de deficiência ou de saúde merecem sim uma chance na vida. É muito gratificante ter um animal assim. Independente da nossa situação financeira. Eu aprendi muito com a Neve, ela me ensinou a me comunicar com animais de uma forma diferente.

Hoje eu tenho a resposta da pergunta que eu fiz a Deus quando descobri a surdez da Neve. E eu agradeço a Deus por ter me dado um cachorro surdo, pois através dessa experiência que eu tive, me tornei a profissional que sou hoje.

Arquivo pessoal – Cristiane Santos Barros

Os cães merecem respeito!

Independentemente de ser um cachorro de raça ou um SRD, eles são seres vivos e merecem todo o nosso amor. Confie em Deus, pois com certeza esses animais irão nos recompensar com muito carinho. As dificuldades financeiras sempre podem aparecer, mas o amor que eles têm para retribuir é muito maior do que qualquer dificuldade.

Eu vivi um relacionamento abusivo que durou 20 anos. Teve um momento que eu não aguentei mais, fui embora da minha casa própria para morar de favor na casa da minha tia. O que eu fiz com os meus 8 cães? Levei todos embora comigo, mesmo sabendo que eu iria passar muita dificuldade na minha vida. Sofri sim no início, mas hoje eu olho para trás e agradeço a Deus por ter meus 3 filhos, meus 9 cães e a minha maritaca comigo.

Não ao abandono

Histórias como a da Cristiane são uma prova de que o abandono é injustificável. Quem tem amor, empatia, respeito pelos animais e os enxerga como uma vida e não como um brinquedo, enfrenta qualquer dificuldade para estar perto. O cão pode estar saudável, doente ou com alguma limitação, não importa. Quem ama cuida.

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