Muitos tutores têm um cachorro hiperativo em casa e não sabem lidar com a situação
Ao levar um filhote para casa, é comum alguns tutores se chocarem com a energia que o pet tem diariamente.
Esse comportamento é natural e eles precisam extravasar através de exercícios, enriquecimento ambiental e outras atividades proporcionadas pelo tutor.
Mas esse modo é bem diferente da hiperatividade canina, condição que leva o cachorro a comportamentos destrutivos e hábitos indesejados.
Contudo, a hiperatividade canina tem solução e não é motivo para abandonar o totó.
Há diversas maneiras de educar o pet para que esse comportamento mude, um deles é proporcionar mais atividades durante o dia a dia.
Conversamos com o adestrador e comportamentalista do Instituto K9, Gustavo Scarlassara, que nos explicou como o tutor deve lidar com esse caso.
Totós da Teté – A hiperatividade canina tem causas fisiológicas? Quais são os comportamentos comuns?
Adestrador – As causas da hiperatividade podem ser tanto fisiológicas, como por exemplo, quando o cão está na sua fase adolescente e há muitas mudanças hormonais acontecendo, assim como podem ser psicológicas, devido à falta de estímulos.
Geralmente, cães hiperativos destroem objetos e móveis da casa, latem muito, pulam e pedem atenção a todo momento, puxam muito durante os passeios e não respeitam limites.
Totós da Teté – Após o tutor identificar que o seu cachorro é hiperativo, o que ele deve fazer?
Adestrador – Ao identificar hiperatividade em seu cão, a primeira coisa a ser feita é criar uma rotina e ambiente que ofereça estímulo físico e psicológico que o cão precisa para drenar sua energia.
Longas e frequentes caminhadas e até corridas trazem um efeito muito positivo.
Outro ponto importante é colocar o cão em um estado calmo e reforçar isso positivamente e jamais agitá-lo, principalmente antes de sair para caminhar, antes da alimentação, dentre outras situações. Recomendo também que busquem auxílio de um profissional de adestramento.
Totós da Teté – Como o adestramento ajuda um cachorro hiperativo?
Adestrador – O adestramento é de extrema valia nesses casos, pois através dele o cão entenderá quais comportamentos são desejados e indesejados.
Existem vários exercícios para desenvolver e reforçar um estado de calma e submissão do cão, além do profissional ajudar os tutores a criar a rotina e ambiente necessários para que a convivência com um cão hiperativo seja saudável e harmoniosa tanto para o humano como para o cão.
Totós da Teté – Muitos tutores sentem dificuldade em conviver com um totó hiperativo e isso gera o abandono. Quais medidas podem ser tomadas para que isso não aconteça?
Adestrador – A primeira medida a ser tomada é a introdução de exercícios intensos e frequentes para drenar a energia do cão e iniciar o adestramento, ensinar o cão a aprender e se controlar, e para que os tutores saibam como agir nos momentos que essa hiperatividade aflora.
Enriquecimento ambiental e até mesmo alguns medicamentos como florais que existem hoje no mercado são ferramentas que também ajudam no processo.
Um bom adestrador tem a principal função de harmonizar o cão, a família e a rotina que estes estão inseridos para uma convivência saudável e feliz.
Cães hiperativos podem ser cães maravilhosos, desde que seja feito um direcionamento correto para toda essa energia que possuem.
Hiperatividade canina x Abandono
O abandono é uma atitude drástica e cruel praticada por tutores com extrema falta de preparo para ter um cachorro dentro de casa.
Além de não resolver o problema do cão, alguns tutores não percebem que o erro está nele mesmo e no modo como cria o seu pet.
Se o cachorro tem hiperatividade canina, o tutor pode pôr em prática todas as dicas apresentadas pelo adestrador, Gustavo Scarlassara, só não deve nem cogitar a possibilidade do abandono.
Óbvio que também não pode deixá-lo sozinho em casa e depois se queixar que ele destruiu objetos.
Em casos como esse, o tutor deve procurar creches para que o pet brinque e tenha contato com outros cachorros ao invés de ficar solitário e mais agitado dentro de casa.
Opções não faltam para que a convivência entre o humano e o pet melhorem. Apenas precisam de pequenos ajustes na rotina e da ajuda de um profissional para que a comunicação e convívio entre eles seja perfeito. Abandono jamais!