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Cães não devem ser usados para disciplinar crianças

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Tempo de leitura: 3 minutos

Punir um cão pelo comportamento inadequado da criança pode gerar traumas e afetar a conduta de ambos no futuro.

É comum os pais tentarem disciplinar uma criança impondo limites e consequências, mas um cão não pode fazer parte de qualquer punição.

Tirar um brinquedo temporariamente em caso de desobediência é diferente do que ameaçar colocar o cão para fora de casa, por exemplo.

Cada pai tem um método de disciplina em casa e é importante seguir abordagens positivas e educativas. Contudo, ameaçar a vida do cão é traumático para a criança e um ato criminoso.

Assim, todos podem denunciar ao ter conhecimento sobre um caso de abandono, maus-tratos ou falta de qualidade de vida do animal, principalmente se ele tiver em risco.

Foto: Valeriy Volkonskiy / iStock

Separar o pet da criança pode causar ansiedade de separação, estresse e outros sintomas, caso o vínculo entre os dois seja forte.

Além disso, punir o cão por algo que ele não fez pode afetar o comportamento do animal. Além de ficar mais arisco, pode desenvolver hábitos ruins como:

  • lambedura excessiva – devido a ansiedade;
  • destruição de objetos da casa – para liberar a energia acumulada;
  • isolamento – por medo de sofrer punição sem motivos;
  • não socializar mais – reatividade do cão ao interagir com outras pessoas por medo;
  • morder os tutores ou ficar arisco – instinto de defesa do animal.

Danos causados na criança

Não é só o animal que pode ser afetado com o comportamento dos pais. A psicóloga infantil, Bruna Pinheiro Silva, detalhou quais são as consequências na vida da criança ao punir injustamente um animal.

Totós da Teté – Quais tipos de sentimentos e traumas os pais podem causar ao ameaçar abandonar ou maltratar o bicho de estimação como forma de disciplina?

Psicóloga Bruna Pinheiro – É importante dizer que qualquer tipo de chantagem ou ameaça em qualquer esfera, traz prejuízos para o ser humano. Nesse caso, os pequenos podem elaborar que se não se comportarem de forma adequada, irão perder algo que amam (nesse caso o pet).

Foto: katiafonti / iStock

Os pais podem até pensar que chantageando os filhos conseguem o que querem, seja notas boas ou um comportamento desejado. Porém, a médio e longo prazo, haverão vários malefícios:

  • medo, chateação, ressentimento, culpa, insegurança, preocupação, baixa autoestima e tristeza, por exemplo.

O caminho mais adequado é o diálogo sincero e aberto sem ameaças ou chantagens, pois as crianças precisam aprender o porquê das coisas e não executar os comandos por intermédio do medo.

Efeitos a longo prazo

Totós da Teté – Pais que maltratam e abandonam um cão podem influenciar no comportamento e formação educacional da criança? Ela pode se tornar um adulto que considera esses atos aceitáveis?

Psicóloga Bruna Pinheiro – Sem dúvidas! As crianças aprendem muito mais por meio do exemplo do que por teorias verbais. Então, se a criança observa seus pais maltratando ou abandonando animais de estimação, irá tomar essa atitude como comum e aceitável para sua vida.

Além disso, poderá ter dificuldades para desenvolver empatia, carinho e amor pelos bichinhos, porque durante a infância não era algo presente no seu dia a dia.

Outro agravante é que, como as crianças são muito concretas, elas podem expandir essa violência com seus amiguinhos também. Os pais precisam ensinar através do exemplo que nenhuma forma de violência é aceitável, seja com quem for.

Quais atitudes dos pais podem ser consideradas maus-tratos?

É importante saber o que pode ou não ser considerado maus-tratos com um cão, e caso aconteça, é importante denunciar se os pais cometerem:

  • violência física: qualquer ato contra o cachorro que o machuque, cause dor ou sofrimento;
  • intimidar o animal: ameaçar bater, gritar, ou amedrontá-lo ao ponto de gerar estresse e medo;
  • negligência: tirar o alimento e a água; deixá-lo exposto no sol ou na chuva; acorrentado por muito tempo.

Quem não se sente seguro, pode pedir para denunciar de forma anônima. Antes, é necessário conseguir o máximo de informações possíveis e averiguar se realmente é um caso de denúncia — seja para proteger o animal ou a criança:

Tentar entender o que está acontecendo; descrever as situações presenciadas e todas as informações relevantes para as autoridades atuarem no caso.

Por isso, a conscientização é essencial. Quem tem criança e pet em casa precisa saber sobre a importância de tratar um animal com respeito, principalmente na presença da criança, para que ela tenha um exemplo a seguir e seja responsável com a causa animal desde cedo.

Foto capa: kieferpix / iStock

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