Abandonar é crime e há diversos meios para denunciar
Uma das notícias que mais aparecem na mídia, infelizmente, está relacionada ao abandono de cães.
Diversas denúncias, flagras e vídeos de cães desesperados correndo atrás do tutor, são bastantes comuns.
O abandono, além de cruel, é um ato criminoso. De acordo com o Art. 32 da Lei nº 9.605/98, a pena é de reclusão de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda do pet.
Mas o que fazer diante de uma cena como essa? Devemos abordar a pessoa que abandonou? Ligar para a polícia ou para uma ONG? Qual é a atitude certa a tomar?
Em um momento de choque, é comum o cidadão perder a reação e não saber como agir.
Por isso, a conscientização sobre o universo canino é super importante. Quem tem empatia pelos animais, se importa com o próprio cão, mas também com todos aqueles que sofrem nas ruas ou maus-tratos em outras casas.
Saiba o que fazer
Segundo a protetora dos animais, Renata Narcizo Machado, que luta por eles há mais de 15 anos, a pessoa não deve se calar diante de um ato de abandono.
Ao ver alguém descartar um animal, ela aconselha tentar abordar a pessoa (com segurança), filmar ou pegar a placa do carro. “Qualquer prova que possa nos ajudar a denunciar, para que essa pessoa pague pelo crime”, disse.
Entretanto, após o abandono, é importante agir com rapidez antes que o cão fuja, se perca ou sofra um acidente.
“Após um boletim de ocorrência feito com o ato constatado, pode acionar a guarda ambiental, ou o órgão responsável pela causa animal do município. Assim, o cachorro será encaminhado para um abrigo. Após ser castrado, ele será colocado para adoção”, explicou a protetora.
Outros meios para denunciar
O Disque-Denúncia atua em várias cidades do Brasil. Após uma triagem pelo telefone, onde é pedido que a pessoa explique toda a situação, eles encaminham o caso para a autoridade mais próxima do local.
Infelizmente, há relatos de denúncias não atendidas, mas é importante não desistir. Reúna provas, como:
- imagens;
- vídeos;
- endereço do local;
- aparência da pessoa;
- horário do abandono.
Quanto mais detalhes tiver, a autoridade local poderá agir com mais rapidez. Para quem mora no Estado de São Paulo, pode contar com a ajuda do DEPA, um serviço online para a população que deseja denunciar casos de abandono e maus-tratos.
Flagrar um crime de abandono é chocante e gera indignação, mas é preciso denunciar para que essa pessoa não repita o mesmo crime com outros cães. Afinal, quem deixa para trás um cão indefeso na rua, não pode ficar impune.
“A denúncia é importante para que, além do tutor responder pelo crime de abandono, mais pessoas possam conseguir entender que toda ação que coloque em risco a vida de um vulnerável, é crime.
Existem leis que além de amparar o animal, a pessoa perde inclusive o réu primário, tornando-se assim, alguém que responde criminalmente pelos seus atos”, concluiu.
Não conseguiu ajuda?
Por causa do grande número de abandono e desistência após adoções, muitos abrigos e ONGS estão lotados. O mais importante é não desistir de ajudar o totó, mesmo que não conseguir auxílio na hora.
Contudo, antes de resgatar, é essencial se certificar se tem condição de abrigar o pet em casa ou conversar com alguém que conceda um lar temporário.
O cão precisa passar por um check-up no veterinário por segurança dele e de quem o resgatou, principalmente por não saber de onde ele veio.
Lembrando que, as consultas e exames, assim como a alimentação, geram gastos. Vaquinhas online ou as redes sociais são grandes aliadas para conseguir ajuda com os custos.
Ao se responsabilizar por promover a adoção dele, é preciso saber como agir e averiguar se os novos tutores serão responsáveis com o cãozinho, e assim, evitar que ele passe por um novo abandono.
Muitos cães têm um destino cruel nas ruas por irresponsabilidade de quem os abandonou. Para evitar que mais crimes ocorram, precisamos conscientizar a população sobre a adoção responsável e denunciar quem faz mal para os totós, para que eles cumpram a pena pelos seus atos irresponsáveis.
Fonte Foto: Andrey Shalari/iStock by Getty Images