O método é um dos principais meios para controlar o número populacional de cães abandonados e de doenças zoonoses
A falta de castração é um dos fatores que mais aumentam o número de cães abandonados.
Isso acontece devido a reprodução em massa desses cães. A falta de castração em fêmeas e machos desencadeiam diversas consequências:
- Ninhada indesejada de cães nas ruas;
- mais cães propensos a contrair e disseminar doenças zoonoses;
- falta de controle de natalidade;
- mais chances de desenvolvimento de câncer de próstata em cães e cadelas com câncer de mama e no útero.
Infelizmente, mesmo com família, muitos cães também não são castrados por falta de conhecimento ou medo do tutor.
A castração é um procedimento cirúrgico simples, onde o cão é sedado e não sente nenhuma dor. Antes, é feito um check-up para o veterinário identificar se o cão pode ou não operar.
São necessários alguns cuidados durante o pós-operatório, mas o mais importante é que a castração seja feita por um bom profissional e em um local preparado.
Campanhas de castração
Em muitas cidades brasileiras são feitas campanhas de castração para ajudar os cães de rua e parte da população que não tem como custear o procedimento para o próprio bichinho de estimação.
A médica veterinária da Clínica Preventiva Pet e Vet, Fabiana Ruiz, explicou sobre a importância das campanhas de castração para cães de rua e os benefícios que o método traz.
“O mais importante, em um primeiro momento, é a redução da população de animais errantes (abandonados), mas também com o controle de doenças, como por exemplo, a leishmaniose (cães) e a esporotricose (gatos)”, explicou.
Muitas famílias em situação de vulnerabilidade não conseguem custear a castração. Nesse caso, há outras formas de conseguir com que o cão seja castrado.
“Antes de adquirir um pet é preciso se preparar para todos os cuidados e gastos que ele irá demandar, incluindo a castração. Mas se por algum motivo isso não for possível, uma opção é o castramóvel. Ele vai às cidades em determinadas datas e faz esse trabalho gratuito. Além disso, há os grupos de veterinários que se organizam e fazem castrações de forma gratuita”, disse a veterinária.
Estatísticas
Em uma pesquisa apresentada no site IBRAM, antes da pandemia, em 2019, um total de 5.039 cães e cadelas foram castrados no Distrito Federal.
Contudo, em 2020 o número caiu para 1.824 castrações. Já em 2021, teve um pico e subiu para 5.460. Em 2022, teve o menor índice de todos: 1.789 cães castrados.
Em outras estatísticas apresentadas em diferentes estados brasileiros, os números de castrações diminuíram após o início da pandemia, mas começaram a crescer novamente em 2021.
No gráfico apresentado pela organização americana, American Humane Association, uma ninhada com 12 filhotes caninos pode chegar em 5 anos, com 12.680 animais de rua. Em 10 anos, sem a castração e com a procriação, eles chegam a quase 80.400 cães sem um lar.
Qual cenário seria o ideal?
Ajudar todos os cães abandonados é um trabalho árduo e depende muito de três fatores: da contribuição da população, do poder público e das ONGs.
Para diminuir o número de reprodução de cães nas ruas, esses animais deveriam ser castrados, cuidados durante o pós-operatório e encaminhados para ONGs e feiras de adoção. O problema é que muitas dessas organizações estão superlotadas devido ao número crescente de abandono.
Então, em paralelo, a conscientização em massa da população ajudaria a evitar que mais cães fossem descartados nas ruas. Levar informações, educar e conscientizar os tutores é fundamental para que eles saibam cuidar do próprio bichinho e não optem pelo abandono na primeira dificuldade que surgir.
Quem não tem condições, pode entrar em contato com a prefeitura para saber se há um plano de mutirão gratuito na cidade e os locais dos pontos de atendimento.
De acordo com o site da Prefeitura de São Paulo, por exemplo, o Programa Permanente de Controle Reprodutivo de Cães e Gatos – PPCRCG já castrou mais de um milhão de animais entre cães e gatos, desde 2001.
Castrar é um ato de amor e zelo. Previne o pet de desenvolver doenças malignas, mas também ajuda a melhorar o comportamento do animal e a controlar a superlotação de cães nas ruas.
Fonte capa: aquatarkus/iStock by Getty Images
