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O cão está sofrendo maus-tratos ou é malcuidado? Saiba diferenciar

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Tempo de leitura: 4 minutos

Antes de denunciar, é preciso identificar em qual situação o cachorro se encontra

Assim como o número alto de cães abandonados, a quantidade de cães que sofrem maus-tratos e são malcuidados em casa, também é grande.

Muitos tutores relatam que, ao entrar em contato com o disque-denúncia e informar o caso, a pessoa é notificada de que não se trata de maus-tratos.

Afinal, como diferenciar a situação para ajudar o totó? E no caso de um cão maltratado, como agir?

A médica veterinária, Beatriz Pereira, trouxe várias informações e deu detalhes importantes para nos ajudar a impedir que os cães continuem sofrendo.

Saiba como diferenciar

Quais são as características de um cão que sofre maus-tratos e a de um cão malcuidado?                       Não podemos falar de maus-tratos e descuidos sem falar primeiro sobre o bem-estar animal. Essa é uma definição interdisciplinar, que envolve conceitos do bem-estar físico, mental e ambiental. O Bem-Estar é dividido em 5 liberdades necessárias: 

1. Livre de dor, lesões e enfermidades;

2. Livre de incômodos (estresse ambiental);

3. Livre de fome, sede e desnutrição;

4. Livre de medo e angústia (estresse mental);

5. Livre para expressar seu comportamento natural.

Assim, qualquer animal que tenha uma perda em qualquer uma dessas cinco liberdades, apresenta uma diminuição no bem-estar. E, consequentemente, na sua qualidade de vida. 

Então, a diferença do animal malcuidado para o que sofre maus-tratos, é a intensidade. O animal maltratado se encontra em um estado de sofrimento agudo (abandono, violência, acumulação, estupro, negligência, promoção de rinhas, por exemplo). Isso traz muitos prejuízos para a saúde mental e física.

Já o cão malcuidado, apresenta uma diminuição na qualidade de vida, mas não tão intensa. Contudo, têm consequências a longo prazo, como o tutor oferecer ração de adulto para um filhote em desenvolvimento, por exemplo. 

Sintomas presentes

Falando de maus-tratos, precisamos ficar atentos aos sintomas, como:

  • frequência respiratória aumentada;
  • pupilas dilatadas;
  • salivação;
  • vômito;
  • defecação;
  • micção;
  • tremores e/ou vocalização quando o animal vê seu agressor.

Além disso, qualquer tipo de lesão é identificada, tanto visualmente, como por palpação. Já o comportamento pode variar. Devido a fatores como: espécie, raça, sexo, tamanho, se o animal é ou não castrado, ou mesmo a frequência que interage com humanos.

Ademais, cada animal cria a sua própria forma de lidar com o estresse. Assim, temos um leque grande de comportamentos para observar.

Agnormark/iStock by Getty Imagesv

As reações diante de situações de ameaça podem variar, desde o medo até o ataque. É muito importante avaliar a maneira como o cão reage diante do tutor ou mesmo diante da pessoa que o agrediu. Pode ser uma demonstração de medo e submissão.

Entretanto, temos casos em que o animal, embora seja maltratado, abana a cauda ao agressor. Alguns cães também podem apresentar apatia.

Além disso, o animal pode apresentar comportamentos repetitivos ou compulsivos como uma alternativa para enfrentar o estresse, como lambedura de patas, vocalização, arrancamento de pelos e até mesmo masturbação. 

Nos casos de animais com restrição de espaço, que vivem amarrados, por exemplo, podem reagir de maneira muito agressiva, porque é raro terem contato com pessoas. 

Falando de malcuidado, normalmente a relação do tutor com o animal é mais próxima. Assim, sinais comportamentais são mais raros.

Contudo, há uma certa prevalência de apresentação de comportamentos compulsivos nesses animais. Já fisicamente, no dia a dia, observar sinais como:

  • pelos sem brilho ou quebradiços, que podem indicar uma nutrição inadequada;
  • presença de parasitas como pulgas e carrapatos;
  • diarreias constantes ou cíclicas, entre outros sinais mais sutis.

Ação x reação

Em ambos os casos, qual é o impacto na saúde física e mental que o cão pode sofrer? 

No lado físico, a exposição ao estresse prolongado provoca a liberação do cortisol, o hormônio do estresse. Em patologias agudas, o cortisol é benéfico, pois faz o recrutamento das células de defesa.

Contudo, quando a situação é duradoura, ele passa a ser prejudicial. Afinal, prejudica funções orgânicas como a formação de proteínas, predisposição a doenças, deixando o animal em estado de constante alerta, sem relaxar. 

Além disso, sendo seres sencientes, os animais são capazes de experimentar emoções como raiva, medo, tristeza e alegria. Portanto, uma situação de sofrimento faz com que o cão permaneça em um estado emocional negativo, se tornando mais pessimista em situações de escolha.

Isso pode fazer com que o pet entre em um estado de desamparo aprendido, no qual ele se torna apático frente a estímulos e não interage com o meio ambiente.  

Flagrou uma situação de maus-tratos ou malcuidado? Veja como agir!

A pessoa que flagrar ambos os casos, pode tomar qual atitude?

Acredito que o primeiro passo seria se aproximar/criar um vínculo com a pessoa que está cuidando de maneira errada do pet. Criar um vínculo permite que você descubra a relação da família com o pet. Se a pessoa é descuidada por falta de conhecimento ou se é uma negligência consciente.

Com o vínculo, passamos a ter a oportunidade de explicar os malefícios desse manejo inadequado, além de ensinar a melhor maneira de tratar o cão.

Desse modo, se chegarmos direto, sem criar primeiro uma relação com esse tutor, é possível que ele se sinta julgado e se feche para sugestões, o que será prejudicial para o pet.

Por fim, se mesmo após explicar o manejo correto, o tutor não tiver a intenção, condição de promover as modificações necessárias ou um vínculo próximo ao pet, o mais indicado é encontrar uma nova família para o cão. É necessário alguém que tenha condições financeiras e emocionais de oferecer os cuidados que o animal precisa.

Foto / Crédito: Valeriy Volkonskiy/iStock by Getty Images

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