Pesquisar sobre a personalidade e energia do cão é essencial antes de adotar para evitar futuros transtornos e o abandono
Na hora de escolher entre um cão adulto ou filhote, algumas pessoas esquecem o principal: pensar na rotina com o pet. A adoção responsável é necessária para tomar medidas preventivas e evitar que futuros problemas interfiram na convivência e bem-estar do animal.
Seja um cão adulto ou filhote, ele demandará tempo, energia e gastos por mais de 10 anos. Antes de tudo, é preciso estar ciente que ambas as idades precisam de atenção, carinho, cuidados com a alimentação, saúde, higiene e lazer.
Contudo, em cada fase da vida o cão necessita de uma atenção diferente. Enquanto o adulto/sênior prefere descansar (eles também precisam gastar energia), o filhote é agitado e requer mais atenção do tutor, principalmente na fase de descobertas.
É comum eles pegarem meias, chinelos e outros objetos para brincar, morder e destruir, por exemplo. Já os adultos podem ficar estressados com mais facilidade, assim como o surgimento de problemas de saúde.
Entrevista
A adestradora de cães e psicóloga especialista em comportamento canino, Cris Moreira, explicou quais são os desafios e soluções para cada fase.
Totós da Teté – Quais são os comportamentos dos filhotes que podem dar mais trabalho e como solucionar esses problemas? E dos cães adultos?
Adestradora – Os comportamentos dos filhotes que dão mais trabalho e mais comuns são as necessidades no lugar errado, com certeza. É preciso restringir o espaço do filhote, cobrir todo o ambiente com tapetes e reforçar sempre que o cão apresentar o comportamento desejado.
Já nos adultos, o problema de agressividade pode ser o mais difícil de trabalhar. É preciso entender, primeiramente, a causa do problema. Podemos trabalhar através do reforço positivo diante dos estímulos quando o cão apresentar tal comportamento.
Qual é o cão ideal para diferentes rotinas?
Totós da Teté – Qual cão é ideal de acordo com a rotina da pessoa que tem a vida mais agitada e para a pessoa que fica mais em casa? E por que, nos dois casos, o treinamento do cão é essencial?
Adestradora – Pessoas que costumam ter uma vida mais ativa e costumam praticar esportes, podem se dar muito bem com Border Collie, Labrador e até mesmo com o Lulu da Pomerânia (que, ao contrário do que muitos pensam, é um cão super ativo).
Já pessoas mais calmas podem se dar bem com o Schistzu ou Pug. Porém, todos os cães, independentes do porte ou da raça, necessitam de uma vida rica em atividades e passeios.
Totós da Teté – Como adestradora, qual conselho você daria para a pessoa que está pensando em adotar, mas está em dúvida entre um cão adulto ou filhote?
Adestradora – Sempre que pensar em adquirir um cão, lembre-se: ele terá custos financeiros, necessitará do seu tempo, da sua atenção e paciência. Eles não aprendem aquilo que queremos se não ensinarmos. Cães filhotes têm mais energia, porém mais facilidade em aprender.
Cães adultos podem ter menos energia, mas ainda estão super aptos para aprender coisas novas (porém em um nível mais lento do que o filhote). Além disso, busque um cão que vai se encaixar melhor na sua rotina e se estiver sem tempo, esse não é o momento!
Os cães são eternas crianças
Seja na fase adulta ou pequena, os cães amam brincar, receber carinho e podem aprender o que o tutor desejar. Por fim, é preciso determinação e tempo para educar um animal, além de responsabilidade afetiva e muito planejamento. Questionamentos como:
- Vou ficar mais tempo em casa ou fora?
- Tenho tempo e energia para cuidar de um cão agitado?
- Posso custear futuros problemas de saúde que o totó apresentar?
- Consigo levá-lo para passear todos os dias?
são necessários, pois somente assim, com responsabilidade e consciência do que se pode ou não oferecer para o pet, o tutor terá a resposta de qual cão é ideal para sua rotina e se esse é o momento ideal para adotar.
