Se você já viu um totó com manchinhas brancas na pele, é devido ao vitiligo, doença que despigmenta toda a coloração dos pelos e da pele dos totós, principalmente na região próxima aos olhos e ao focinho.
O Lucas André Ludwig, médico veterinário especialista em dermatologia, nos explicou mais detalhes sobre o vitiligo e como é feito o diagnóstico no cachorro.
Totós da Teté – Como o vitiligo surge na pele do cão e qual é a principal causa?
Veterinário – O vitiligo é uma doença associada à destruição dos melanócitos (células produtoras de melanina), levando à despigmentação da pele e/ou pelagem. A exata causa da doença ainda não é conhecida, mas envolve diferentes mecanismos, principalmente imunológicos. Ainda, alterações genéticas estão fortemente relacionadas, visto que a doença é mais vista em determinadas raças.
Totós da Teté – Como é feito o diagnóstico?
Veterinário – O diagnóstico é definido por meio da união do histórico e da sintomatologia clínica com o exame histopatológico. Os principais sinais clínicos são áreas de despigmentação cutânea principalmente em regiões da face, como nariz, lábios e pálpebras. Contudo, outras áreas do corpo podem ser afetadas. No exame histopatológico é possível observar a completa ausência de pigmento na amostra tecidual.
Totós da Teté – Quais são as opções de tratamento? O vitiligo tem cura?
Veterinário – Nenhum tratamento é conhecido em cães e gatos. Por ser uma doença de fundo genético, a cura espontânea é improvável.
Totós da Teté – Quais raças são mais propensas a terem? Tem uma média de idade para o surgimento do vitiligo?
Veterinário – Embora todo animal possa ser acometido, é mais comum em determinadas raças, como:
- rottweiler;
- old english sheepdog;
- collie;
- doberman.
Os sinais geralmente iniciam-se em adultos jovens, ou seja, entre um a três anos de idade.
Totós da Teté – O tutor pode tomar algumas medidas preventivas que podem evitar o vitiligo em seu pet?
Veterinário – Antes de comprar ou adotar um animal, seria interessante tentar saber o histórico dos antecessores, principalmente nas raças predispostas.
Como a genética é fortemente relacionada, a presença de antecessores com sinais da doença pode favorecer que as próximas gerações apresentem os sinais.
Contudo, uma vez que esses sinais estejam presentes, o ideal é evitar o contato com raios solares, principalmente em horários de pico, além do uso de fotoprotetores nos locais despigmentados.
Vencendo o preconceito
Não podemos deixar de citar uma história muito emocionante de um labrador preto nos EUA, chamado Rowdy, que tem duas manchas bem brancas ao redor de cada olho.
Um menino chamado Carter Blanchard tinha depressão e não gostava nem um pouco das manchas brancas que tinha pelo corpo, também causadas pelo vitiligo.
A mãe do menino levou ele até o cãozinho, em outra cidade, para o garoto ver que ele não era o único a ter as manchinhas e que isso fazia dele alguém muito especial.
Após conhecer Rowdy, Carter mudou seu comportamento. Passou a se aceitar e melhorou da depressão. Os donos de Rowdy continuam postando nas redes sociais e o peludo continua encontrando mais crianças com a mesma condição que ele. Vocês podem ver as fotos no site www.rowdythewhiteeyeddog.com
No Instagram, eles publicaram que a missão de Rowdy é inspirar pessoas com vitiligo ou que tenham outras características, a se tornar mais confortáveis em sua própria pele. Lindo, né?
Se você notar uma despigmentação no pelo ou na pele do seu totó, não deixe de procurar um veterinário especialista em dermatologia para ter um diagnóstico e tomar os devidos cuidados com o seu pet.
