A chegada de uma ninhada requer planejamento e dedicação do tutor. Visar apenas o lucro pode resultar em sérios problemas futuramente.
Deixar um cão cruzar é uma decisão que pode impactar a vida do animal e de toda a família, pois a vinda dos filhotes gera uma série de responsabilidades antes mesmo do parto.
No começo deste mês, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou um projeto de lei que proíbe qualquer venda realizada em sites e por pessoas físicas. Isso impede que tutores submetam seus cães a reproduzirem em massa.
São comuns os casos em que a pessoa permite a cruza do cão porque acredita que vão nascer filhotes fofos e a pessoa quer ficar apenas com um; ou porque realmente quer vender e lucrar com eles.
Contudo, toda cadela precisa de cuidados durante a gestação. Para a fêmea, a gravidez é exaustiva devido às mudanças hormonais.
Fora isso, a reprodução em massa pode levar a cadelinha a óbito. Garantir o pré-natal, uma alimentação balanceada e acompanhamento veterinário, é essencial.
Muitas ninhadas não sobrevivem porque anteriormente não verificaram se os animais estavam saudáveis, na idade certa para cruzar ou o porte e raça de ambos.
Infelizmente, em razão das notícias em que filhotes abandonados nas ruas são abandonados com frequência, essas informações aparentam ser desconhecidas ou ignoradas por muitos — o que é ainda mais alarmante.
Pensando nisso, o Totós da Teté reuniu 03 motivos para os tutores refletirem antes de permitir que seu cão tenha filhotes e depois não se arrependam de suas escolhas.
Dedicação e tempo
A responsabilidade que os filhotes trazem é imensa. É necessário ajudar no pós-parto, cuidar da amamentação, desmame, vacinação, higiene e uma série de outros cuidados que exigem dedicação.
A assistente de marketing Beatriz Borges, moradora da Zona Leste de São Paulo, nos contou que a vizinha perdeu sua cadelinha e dois filhotes em uma ninhada com seis.
Isso ocorreu devido a negligência durante a gestação, porque a tutora não tinha tempo de levá-la ao veterinário e fazer o acompanhamento necessário.
Deixar os cães terem ninhadas mesmo sem disponibilidade para cuidar deles é uma irresponsabilidade que pode colocar a vida dos animais em risco.
Gastos extras
Após o desmame, os filhotes crescem e precisam de boa alimentação para entrar na fase de crescimento; de vacinação para se protegerem de doenças sérias; de castração para evitar mais ninhadas e uma série de outros benefícios; de higienização; e outros gastos que garantem qualidade de vida.
Tudo isso gera gastos e multiplica a cada nascimento de um filhote. Não garantir o bem-estar desses pets e sujeitá-los a doenças, a falta de higiene e outras negligências, pode configurar maus-tratos.
Doação malsucedida
Fora o lucro, muitos tutores colocam seus cães para reproduzir porque querem ter um filhotinho em casa e prometem doar “o restante” para um vizinho ou familiar. Isso acontece com frequência sem a pessoa realmente saber se:
- o outro disse “sim” por impulso;
- ou tem disponibilidade para cuidar de um filhote.
Atitudes como essa impulsionam cada vez mais o abandono de cães. Nenhum animal é um brinquedo para vender ou distribuir.
A reprodução mexe com a saúde física e mental, principalmente da fêmea, podendo gerar ansiedade e mudanças em seu comportamento. Uma ninhada gera vidas e grandes responsabilidades.
Por isso, a vinda de filhotes é uma decisão que requer muito planejamento. Quem não pode fornecer os cuidados necessários, é indicado a castração de seus animais.
Ela é o principal meio para controlar o abandono, gestações indesejadas, doenças sérias como tumores, fugas caninas motivadas pelos cios, entre outras melhorias.