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Cruelty-Free: a importância dos produtos não testados em animais 

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Tempo de leitura: 4 minutos

Provavelmente você já viu em algum rótulo de cosmético o selo “Cruelty-Free”. Mas afinal, o que isso significa? Na tradução, significa “livre de crueldade”, ou seja, o produto não foi testado em animais.

Conversamos com a farmacêutica e mestre em Ciências Médicas, Maria Cursino, sobre a importância de muitas empresas adotarem esse método e não fabricarem produtos que usam os animais como cobaias em testes. 

“Os produtos Cruelty-Free garantem que nós realizamos um consumo mais consciente e livre de exploração animal dentro do possível, uma vez que todas as nossas ações deixam alguma marca no planeta.

Mas o termo é aplicado a produtos de higiene e beleza e indica que estes não foram testados em animais, assim como seus componentes.”, explicou. 

Uma dúvida recorrente e comum entre as pessoas é se os produtos Cruelty-Free tem alguma diferença química nas fórmulas comparados aos produtos que não possuem o selo. Segundo a Maria Cursino, não necessariamente. 

“Um produto “Cruelty-Free” não é testado em animais, mas sua formulação pode conter quaisquer componentes, inclusive de origem animal.

Como o caso do sabonete Dove, que foi certificado com o selo do Peta, mas possui componentes de origem animal em sua formulação.

Apenas o produto vegano é restrito na formulação e nenhum dos componentes tem origem animal.”, esclareceu. 

Por que o Cruelty-Free ganhou importância?

O comportamento do consumidor está mudando bastante, principalmente por estar mais consciente e preocupado com a vida dos bichinhos. Utilizam em testes muitos cachorros, coelhos, camundongos e outros animais, antes de o produto chegar ao mercado

Foto: ARTFULLY79/Envato Elements

“Os testes em animais são os mais diversos e utilizam-se de animais de várias espécies. Cada país possui uma legislação em vigor para determinar regras para a realização desses testes, regulamentar o número de animais utilizados e as práticas.

Contudo, no momento em que estamos, acredito que já passamos da fase de reduzir para a fase de não mais utilizar animais em testes cosméticos”.

Efeitos colaterais

Segundo Maria, os riscos e efeitos colaterais que os animais correm quando os produtos são testados neles são diversos.

“O famoso teste Draize, de irritação ocular e cutânea – que expõe os olhos ou a pele raspada do animal ao produto testado – é um exemplo. Pode causar ardência, queimação, dor, irritação ocular e até mesmo a perda do globo ocular.

Se pensarmos nos testes de toxicidade, o DL50 – que determina a dose letal para 50% dos animais testados – vamos ao extremo, pois o efeito observado é a morte.”, alarmou. 

Como aderir ao movimento no dia a dia?

Se você deseja mudar suas compras para produtos que Cruelty-Free e não sabe como, há diversas formas de identificar as empresas que são contra testes em animais. 

“Atualmente as fontes de informação são bastante abundantes. Há listas em sites de organizações de proteção animal de todo o mundo (como PETA e PEA).

Eles indicam quais empresas testam em animais, quais produtos são isentos de componentes de origem animal, etc. A melhor maneira é pesquisar”.

Maria também afirmou que há alguns selos utilizados mundialmente, como o “Leaping bunny”, “Peta approved”, “Not tested on animals” são relacionados às organizações de defesa da vida animal Cruelty Free International, PETA e Choose Cruelty Free, respectivamente.

E os veganos “Certified Vegan”(norte-americano), “Vegan Society” (britânico) e Certificado SVB Vegano (brasileiro). 

“Há muitas críticas à confiabilidade de alguns selos, pois alguns fabricantes criaram os próprios. Uma vez que não existe legislação para isso, não fiscalizam a legitimidade.”, explicou Maria. 

Reflexão

Pensar na vida de milhares de animais absorvendo química para saber se o produto surtirá alguma alergia em nós, é o que está levando muitos consumidores a buscarem opções de cosméticos que não façam esses testes.

Foto: evablanco/Envato Elements

A conscientização de preservar a saúde dos animais e ajudar a causa, está disseminando mundo afora. 

“Os movimentos de defesa animal têm ganhado mais notoriedade em todo o mundo, à medida que as pessoas se tornam conscientes de que muitas práticas não são mais necessárias.

No Brasil, especialmente depois do ocorrido com o Instituto Royal, as pessoas passaram a questionar a necessidade desses testes. Estão sendo impactados pela ideia de poder escolher produtos que não financiam esse tipo de sofrimento.

Ao mesmo tempo, tiveram mais acesso à informação. Inclusive, descobriram que não são apenas ratos usados nos testes, o que impactou boa parte da população.”

Conscientização e informação

Se você quer fazer parte desse movimento que defende os animais e apoiá-los, há diversas formas.

“A informação é sempre a melhor arma do consumidor. Precisamos pressionar os governantes pela aprovação de leis comprometidas com o fim da crueldade animal e os fabricantes através do poder de compra.

As grandes indústrias já estão sentindo a necessidade de mudança, pois estão sendo cobradas pela população que deseja consumir produtos livres de crueldade.

Se deixarmos de comprar os produtos que ainda testam nos animais e incentivarmos as empresas que já estão alinhadas ao futuro que queremos, as coisas vão realmente mudar!”, falou, Maria. 

Atualmente, a farmacêutica mora na Inglaterra, mas está ligada em todos os movimentos sobre os produtos cruelty free, na Europa e no Brasil.

“A Europa está na vanguarda. Desde 2009, é proibido utilizar animais em testes cosméticos e em seus ingredientes.

Em 2013, os países da UE tornaram ilegal vender cosméticos que contenham ingredientes testados em animais. Agora, a UE articula a extinção desses testes no mundo.

Por fim, no Brasil, ainda permitem realizar testes em animais e vender os produtos. Enquanto não há uma lei de abrangência nacional para erradicar essa prática, alguns estados já se posicionaram de forma independente e proibiram os testes.

São Paulo foi a primeira, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Paraná e Pará, seguidos pelo Rio de Janeiro e Minas Gerais. Há o Projeto de lei 70/2014 que exige o fim dos testes em âmbito nacional. Ficaremos atentos. “, concluiu Maria Cursino. 

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