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Como cuidar de um cachorro cego

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Tempo de leitura: 3 minutos
Cães cegos são abandonados por tutores que não sabem como cuidar e brincar com o animal em casa

Um cachorro cego pode viver como qualquer outro cão, se tiver adaptações e cuidados certos.

O totó que não enxerga utiliza outros sentidos para auxiliá-lo em suas atividades no dia a dia, como olfato e paladar.

Quem tem um cão com essa deficiência em casa, precisa adaptar algumas coisas para que ele não se machuque, esbarre em objetos ou bata a cabeça, o deixando desorientado e ansioso.

Contudo, também é importante não mudar certos móveis do lugar para que ele não perca a referência de onde deve circular.

Muitas pessoas cometem a crueldade de abandonar o animal nessa condição por ter dificuldade em brincar ou não conseguir cuidar dele.

Afinal, se um cão sem deficiência já sofre grandes riscos nas ruas, imagina um totó sem visão? Pensando nisso, conversamos com o adestrador de cães e médico veterinário, Bernardo Nogueira Repsold, sobre como estimular o pet para ele viver uma vida saudável.

Totós da Teté – Recebemos relatos de seguidores com cães cegos, que não sabem como interagir com eles, principalmente por terem uma dependência muito grande. Quais brinquedos ou brincadeiras são ideais para ajudar esses pets?

Adestrador – Para cães cegos que tem grande dependência dos tutores, é muito importante que eles tenham brinquedos interativos.

Os brinquedos que têm cheiro e gosto diferente, geralmente entretém mais os cães do que os demais, por exemplo:

  •   brinquedos recheados com frutas;
  •   patês de cachorro;
  •   ração;

E subprodutos de origem animal são extremamente atrativos, como:

  •   ossos;
  •   casco;
  •   chifre;
  •   orelha de boi desidratada;
  •   potes de água congelada com frutas dentro;
  •   brinquedos de nylon aromatizados com cheiro de beef/carne.

Todos esses brinquedos são extremamente atrativos e seguros para cães cegos e ajudam a trabalhar a independência.

Enriquecimento ambiental e mudanças no ambiente 

Totós da Teté – Como introduzir atividades e enriquecimento ambiental na vida de um cachorro cego sem que ele se machuque em casa?

Adestrador – É importante que os brinquedos sejam seguros e oferecidos em um “ambiente controlado”. Damos esse nome a um ambiente onde o cão pode ficar e não haverá nada para ele se machucar, como uma área de serviço, varanda, quarto, etc. Dessa forma, tenho certeza que oferecendo os brinquedos adequados em um local seguro, o cão ficará bem.

Totós da Teté – Quais cuidados a pessoa deve ter com um cachorro cego em questão de barulhos, mudança de objetos, etc e como deixá-lo mais confiante?

Adestrador – Os cães cegos têm uma sensibilidade maior a audição e os outros sentidos. Por não terem visão, os sentidos ficam mais aflorados. Temos que dessensibilizar apresentando os barulhos que o cão tem medo com uma frequência mais baixa e de forma gradativa, para ele banalizar aquilo.

Gosto muito de usar sons do Youtube. Lá, encontramos barulhos de trovões, chuva, trânsito e barulhos altos que remetem a insegurança do cachorro.

É importante entreter o cão com alguma outra coisa para ele não ficar tão focado no barulho. Dou um osso para ele e o deixo entretido, enquanto coloco o barulho em uma frequência bem baixa, depois aumento gradativamente. A audição do cachorro começa a dessensibilizar e consequentemente, acaba essa insegurança.

Sobre a questão da mudança dos objetos, devemos tomar muito cuidado com o cachorro cego, porque eles têm um mapa mental na cabeça e sabem onde está cada posicionamento em casa.

Se a pessoa começar a mover tudo, o cão perderá toda a referência e isso também remeterá a insegurança dentro de casa, mas se deixarmos tudo certinho, ele não ficará batendo a cabeça e saberá se situar.

Todo cão pode ser adestrado!

Totós da Teté – É possível adestrar um cachorro cego? Um cão que perdeu a visão por envelhecimento ainda pode ser ensinado? Como facilitar a vida dele e do tutor no dia a dia?

Adestrador – Os cães cegos podem ser adestrados utilizando outros sentidos. Quando adestramos um cão surdo, prestamos muito mais atenção nos gestos e na marcação gestual.

Em contrapartida, quando adestramos cães cegos, é ao contrário. Temos que prezar pela audição do cachorro, sinalizando os sons direitinho.

Sobre a questão do envelhecimento, todos os cães conseguem ser adestrados. Temos que ter mais paciência com cães idosos, mais consistência e repetição, para eles internalizarem o que estamos ensinando.

É muito importante o cão saber que ele tem uma rotina, não só os cães cegos. Os cachorros, em geral, gostam muito de rotina.

Uma rotina adequada é a chave quando você tem um cachorro cego. Ela deixa o cão cego mais equilibrado emocionalmente, como uma rotina de passeios mais curtinhos e de enriquecimento ambiental – sempre deixando as coisas no mesmo lugar. Isso permite que o cachorro fique mais confiante, equilibrado e tranquilo.

Não deixe de interagir com o seu bichinho!

O totó não tem a visão, mas continua sendo o mesmo cãozinho que conviveu com você por anos. Dessa forma, é muito importante conversar, brincar, estimular e proporcionar amor e carinho, para ele se sentir protegido e seguro. Abandoná-lo jamais!

 

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