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Eutanásia em cães: em qual caso é realmente necessário?

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Tempo de leitura: 3 minutos

Doenças curáveis, cegueira canina ou controle populacional não justifica o método, que deve ser decidido junto ao veterinário após o laudo médico

A eutanásia em cães é um assunto muito delicado e doloroso para muitas mães e pais de pet.

Contudo, surpreendentemente, também é uma opção desejada por tutores irresponsáveis que não querem mais cuidar do próprio animal. Mas isso só é possível quando a doença é incurável e causa grande sofrimento e dor para o animal.

O Totós da Teté recebeu o relato da Hortência Costa, uma seguidora que passou dificuldades com o seu cãozinho, Thor. “Ele adoeceu e não tive dinheiro para pagar um veterinário, mas procurei uma universidade pública que presta esse serviço”.

Hortência passou dois dias exaustivos para conseguir atendimento para o pet e pagou sem facilidade o medicamento que a médica veterinária indicou, mesmo assim, não desistiu do Thor.

“Se futuramente eu não tiver condições de manter meus animais, vou procurar doar a alguém que puder cuidar ou pedir ajuda. Abandonar não é solução”, disse.

Negligência & falta de informação

Durante a conversa, o que mais surpreendeu foi um caso que Hortência relatou. Durante um programa de rádio no qual a pessoa envia dúvidas ao veterinário, ela ouviu um pedido de um ouvinte que a chocou:

“Ele mandou uma pergunta com essas palavras: “senhor, eu tenho um cachorro com doze anos de idade, ele ficou cego e não serve mais. Como faço para sacrificar?”.  

Então, educadamente, o médico veterinário respondeu: “um cão idoso e cego costuma não incomodar. Fica deitado por muito tempo e o alimento pode ser colocado ao lado, pois ele sentirá o cheiro e comerá tranquilamente.

Além disso, deixe uma água limpa por perto. Ele só precisará de carinho e amor. Para ele não bater nos móveis da casa, evite mudá-los de lugar. No geral, eles conseguem se adaptar bem em ambientes sem muitas mudanças.

Lembre-se, você também viveu por doze anos com esse animal. Ele foi seu companheiro, brincou com você, protegeu seu lar e fez parte de sua família. Não o descarte só porque o cão está idoso e cego. Não sacrificamos animais cegos, só aqueles que estão sofrendo e não podemos fazer mais nada para mudar o quadro clínico”.

Assim, o radialista completou: “amigo, cuidado para não ficar cego e seus filhos sacrificarem você”.

Esse relato mostra como a falta de empatia, aliada a falta de informação e conhecimento sobre o mundo canino pode prejudicar e tirar muitas vidas.

Mudança de cenário

Apesar da eutanásia ter diminuído desde a década de 90 no Brasil – onde a “carrocinha” capturava os cães de ruas – muitos tutores ainda acreditam que esse é o método mais competente ao invés de um tratamento.

Mas em quais casos um cão é sacrificado? O tutor tem esse poder de escolha ou somente com a autorização e laudo do médico veterinário?

Segundo a médica veterinária, Carol Florêncio de Mello, os profissionais indicam a eutanásia apenas em casos em que o animal esteja em sofrimento. “Seja por uma doença ou por motivos traumáticos. Apenas isso, para aliviar o seu sofrimento. E quem decide é o veterinário junto ao tutor. Não é uma decisão fácil, mas deve ser tomada em conjunto para o melhor bem-estar do animal”, explicou.

 Foto: crédito / Amy_Gillard/Pixabay

Além disso, há quem acredite que esse método é o mais eficaz para controlar o número populacional de cães de rua, o que é totalmente errôneo.

“Os melhores métodos de controle populacional são a castração, em primeiro lugar, adoção responsável e a conscientização da população com relação ao tema.”, concluiu a veterinária.

Recentemente, de acordo a matéria publicada pela Agência Câmera de Notícias, a Lei 14.228/21, que proíbe a eutanásia de cães e gatos de rua por órgãos de zoonose, canis públicos e estabelecimentos similares, foi sancionada.

A eutanásia só é feita em cachorros de rua em casos de doenças graves ou enfermidades infectocontagiosas incuráveis, que coloquem em risco a saúde humana e de outros animais.

Foto capa: Mirko Sajkov/Pixabay

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